quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Bibliotecários se tornam especialistas em multimídia digital

Domingo, 22 de fevereiro de 2009, 10h57 Atualizada às 17h44

Motoko Rich

Foi o momento surpreendente pelo qual Stephanie Rosalia estava esperando. Um grupo da quinta série se amontoou em torno dos computadores da biblioteca da escola, sob supervisão de Rosalia, e acessou o allaboutexplorers.com, um website que, sem as crianças saberem, foi intencionalmente recheado de fatosfalsos. Rosalia, bibliotecária da Escola Pública 225, uma instituição deensino fundamental e médio da seção de Brighton Beach no Brooklyn, NovaYork, pediu cautela. "Não respondam às perguntas com a primeira informação que encontrarem," ela alertou.



A maioria dos alunos a ignorou, como ela já previa. Mas Nozimakon Omonullaeva, 11, notou algo estranho na página sobre Cristóvão Colombo."Aqui diz que os índios gostaram dos celulares e computadores trazidos porColombo!" Nozimakon exclamou, apontando para a tela. "Isso está errado."



Foi uma descoberta essencial em uma aula sobre a confiabilidade - ou a faltade - das informações na internet, uma das muitas que Rosalia leciona em seu papel como um novo tipo de bibliotecário escolar.



Rosalia, 54, faz parte de um grupo em expansão de especialistas em multimídia do século XXI, que ajuda a guiar alunos pelo oceano digital deinformação que confrontam diariamente. Esses novos bibliotecários acreditamque a alfabetização inclui, mas também vai além, dos livros. "Os dias em queapenas devolvia os livros às estantes acabaram," disse Rosalia, que chegou àEscola Pública 225 há quase seis anos, após se formar como primeira daclasse na Escola de Pós-Graduação de Biblioteconomia e Estudos de Informaçãoda Faculdade Queens. "Essa é a era da informação e a tecnologia trouxe umageração de práticas inteiramente nova."



Alguns desses novos bibliotecários ensinam as crianças a criar apresentaçõesem PowerPoint ou vídeos online. Outros fazem com que os alunos usem sites deredes sociais para debater assuntos de História ou comentar sobre as redações dos colegas. Contudo, embora cada vez mais os bibliotecários escolares ensinem aos alunos habilidades importantíssimas, necessárias não apenas na escola, como também no trabalho e no dia-a-dia, eles são asprimeiras vítimas dos enxugamentos orçamentários das escolas.



Mesa, o maior distrito escolar do Arizona, começou no ano passado a despedirbibliotecários da maioria de suas escolas. Em Spokane, Washington, odistrito escolar diminuiu em 2007 as horas dos bibliotecários, gerando umprotesto de pais da região. Mais de 90% das escolas públicas americanas têmbibliotecas, segundo estatísticas federais, mas menos de dois terços possuembibliotecários certificados trabalhando em período integral.



Lisa Layera Brunkan, mãe de três em Spokane, disse que reconheceu aimportância da bibliotecária escolar quando sua filha, com sete anos naépoca, lhe mostrou um projeto em PowerPoint. "Ela disse, 'a bibliotecária meensinou'," lembrou Brunkan. "Fiquei impressionada."



Os bibliotecários escolares ainda combatem a impressão de que exercem um papel tangencial.



As aulas de Rosalia são freqüentemente canceladas na última hora, quando os professores regulares tentam encaixar aulas preparatórias para testes mais convencionais. Metade da classe da quinta série saiu no meio de uma recentesessão sobre avaliação de websites porque as crianças iam se apresentar emum show de talentos."



Você prepara as coisas para que sigam uma seqüência lógica e acontece algo que estraga tudo," Rosalia disse. "Estamos ensinando os alunos a pensar. Mas às vezes a Diretoria Escolar parece querer que eles aprendam a marcar alternativas."


Na cidade de Nova York, Rosalia é uma relativa raridade. Apenas cerca de um terço das escolas públicas da cidade possui bibliotecários certificados, e não é obrigatório que escolas de ensino fundamental tenham tais profissionais. Rosalia gerenciou salões de beleza com seu marido e foi voluntária nas bibliotecas de seus filhos antes de fazer a pós-graduação. Ela foi contratada para a Escola Pública 225 pelo diretor Joseph Montebello, irmão de uma bibliotecária do ensino médio no Brooklyn. Na escola, a apenasuma quadra de uma parte tumultuada da Brighton Beach Avenue, com barracas defrutas amontoadas e padarias russas, Rosalia enfrenta alguns desafios especiais. Mais de 40% dos alunos são imigrantes recentes. Barreiras delíngua forçam Rosalia a ajustar sua coleção de livros para leitores que,embora estejam na sétima série, ainda lêem em nível de segunda série. Antes de Rosalia chegar, a biblioteca era gerenciada por um professor sem treinamento em biblioteconomia. Alguns livros da coleção ainda descreviam a Alemanha como duas nações e outros se referiam à União Soviética como se amesma ainda existisse. Rosalia eliminou centenas de títulos. Trabalhando comapenas US$ 6,25 para cada estudante por ano - em comparação ao valor médio nos EUA de US$ 12,06 - ela trouxe volumes sobre hip-hop e mágica, e títulos populares como Oh Yuck! The Encyclopedia of Everything Nasty ("Que Nojo! A Enciclopédia de Tudo que é Nojento", em tradução livre). Com a ajuda dedoações do conselho da cidade e de corporações, ela conseguiu um quadro branco interativo e 29 laptops.


Rosalia se apresentou a seus novos colegas como "professora de alfabetizaçãode informação" e convidou os professores para colaborar com as aulas. Asprimeiras sessões focavam em como encontrar livros e bancos de dados, e em habilidades básicas de pesquisa.


Logo Rosalia passou a ensinar os alunos a fazer perguntas mais sofisticadas durante os projetos de pesquisa, a decodificar os endereços de internet e aavaliar os autores e o viés dos conteúdos dos sites. Até mesmo osprofessores acreditam aprender com Rosalia. "Eu sabia que nem tudo na internet é verdadeiro," disse Joanna Messina, que começou a levar suas turmas de quinta série à biblioteca este ano. "Mas não diria que avalio osite inteiro ou procuro seus autores."


Combinando a nova e a antiga alfabetização, Rosalia convida os alunos aescrever resenhas de livros que ela coloca no catálogo online da biblioteca.Ela ajudou um professor de matemática a criar um blog. Ela pede para que os alunos usem os bancos de dados eletrônicos com links na página da biblioteca.


Mas nem todos os esforços de Rosalia envolvem tecnologia. Ao final de cada semana, Rosalia abre a biblioteca para que as turmas venham unicamente com o intuito de olhar os livros. Na semana passada, ela usou uma camiseta com afrase "não me faça usar minha voz de bibliotecária." Indo de criança emcriança, ela rapidamente pegava os volumes das estantes enquanto os alunos da terceira série lhe pediam livros sobre tubarões e assuntos de terror. No final do período, mais de 30 estudantes estavam na fila de empréstimos.


Mesmo assim, Rosalia entende o fascínio pela internet. No último outono americano, ela falou a uma dúzia de alunos da sétima e oitava séries que haviam recentemente imigrado da Rússia, Geórgia, China e Iêmen, e teve dificuldade para se comunicar. "Temos jornais em todas as suas línguas,"disse. E se virou para o quadro branco digital. Quando clicou na página do Izvestia, jornal de Moscou, os russos do grupo se animaram.


"Alguém gosta de livros?" Rosalia perguntou. Vários estudantes olharam para ela inexpressivamente. Os russos, que falavam um pouco de inglês, balançaram a cabeça. Então Rosalia entrou no site da revista Teen People, e KatsiarynaDziatlouskaya, 13, imediatamente reconheceu a foto de Cameron Diaz. Rosalia percebeu que havia criado um vínculo. "Vocês podem ver revistas, jornais,imagens, programas de computadores, websites," Rosalia disse. "Vocês podemler o que quiserem, mas precisam ler mesmo. Combinado?"


Tradução: Amy Traduções

The New York Times

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Professores.com

Mais que simples meio de pesquisa, a internet propicia debates e trocas que ajudam os professores nas salas de aula

Fotos, imagens e letras cor-de-rosa compõem um relato do dia-a-dia de duas internautas. Essa poderia ser a descrição de um típico diário on-line de adolescentes, mas passa longe disso. Os blogs, assim como outras ferramentas da internet, têm ajudado professores a trocar experiências entre si e a melhorar o desempenho em sala de aula.

www.alfabetizacaoemfoco.blogspot.com é um endereço mantido pelas professoras de primeira e segunda séries do Ensino Fundamental, Lenira Barbosa Gandomênico e Vanda Fernandes. Nele, além das atividades desenvolvidas com os alunos, há reflexões sobre o ato de ensinar e links para outros sites sobre o tema. Para Carla Coscarelli, professora da Faculdade de Letras da UFMG, a possibilidade de montar uma rede de comunicação entre professores na internet pode representar uma revolução na forma de planejar as aulas: “Criar várias atividades boas sozinho é muito difícil. Seria ótimo ter um ambiente em que os professores pudessem trocar idéias e criar coletivamente. Se os educadores conseguirem montar um canal de discussão, vai ser um sonho para a educação”.
O que Carla considera ideal não está muito longe da realidade. Vanda e Lenira fazem parte, junto com outros 700 blogueiros, da lista de debate Blogs_Educativos, que discute temas relacionados ao uso do computador e da internet na escola, além da troca de links, artigos e notícias relacionadas a eventos na área de educação. De acordo com Maria de Fátima Franco, consultora pedagógica e moderadora da lista, isso tem contribuído para a atualização dos participantes: “No início, alguns professores não sabiam nem usar a lista de discussão e, hoje, orientam outros professores. Além disso, ao trocarem experiências, eles levam esses conhecimentos para a sala de aula, fazendo com que o uso das tecnologias em atividades com os alunos seja ampliado”.
As discussões deram frutos e geraram o I Congresso de Tecnologias na Educação, em outubro de 2008. Totalmente on-line, o evento contou com 1268 inscritos, sete palestras, 15 artigos e 15 relatos de experiências, além de seis minicursos com temas focados no uso da Web em sala de aula. Em janeiro, será lançada uma revista virtual contendo todo material produzido para o Congresso. “A participação no evento demonstrou o interesse dos professores pelo assunto”, afirma Maria de Fátima. No entanto, é preciso ter cuidado e selecionar bem os sites e informações que vão ser utilizados. “Tem pouca coisa pronta e boa, que vai atender a todos os professores. Eu acho muito difícil encontrar uma atividade na internet exatamente como o educador procura. Mas um faz uma atividade, o outro vem e ajuda, adapta para a sua turma, enriquece e traz outras contribuições. Isso é muito interessante”, avalia Carla Coscarelli.
Foi assim que Vanda e Lenira criaram o Caderno das Preferências, que em seguida foi adotado também pelas professoras de terceira e quarta séries da Escola Estadual de Ensino Fundamental Brasil, de Baixo Guandu (ES). A partir de textos e poesias, as crianças respondiam perguntas sobre suas preferências pessoais e descobriam as dos colegas. Para os alunos mais velhos, o trabalho foi voltado para a construção de uma autobiografia. Segundo as professoras, as pesquisas e discussões realizadas nos blogs foram essenciais para a concepção do projeto: “a maior satisfação dos blogueiros educacionais é saber que idéias influenciam idéias. O mundo dos blogs é alimentado dessa forma, nessa troca vamos descobrindo novos e interessantes contatos a cada dia e nos tornado parceiras”.

Texto: Natália BecattiniPublicado em 05/12/200812.2008-003N
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Crase e numerais


Não Tropece na Língua nº 156 2ª Edição

Embora o fenômeno da crase tenha a ver basicamente com a classe dos substantivos, muitas pessoas perguntam se ocorre crase diante dos numerais cardinais. Respondo que normalmente não, porque eles são usados sem artigo definido e não têm gênero (exceto um e dois e os terminados em -entos: uma, duas, duzentas, trezentas etc.). Observe:

Contemos de 1 a 20: um, dois, três, quatro...

Li 10 páginas apenas.

Há 100 cavalos em exposição.

Compramos cinco mesas e 30 cadeiras.


Outras vezes se poderá encontrar na frente do numeral um “a”, que não será acentuado por se tratar de mera preposição:

Lombada a 100 metros.

Posto de emergência a três quadras daqui.

Dirigiu-se a duas crianças.

Chegou-se a 12 propostas.

Vale lembrar que à/às só tem cabimento diante de substantivos femininos que admitem a anteposição do artigo definido. No entanto, poderemos visualizar uma crase – correta – antes do numeral em duas circunstâncias:

1) quando houver, subentendido diante do numeral, um substantivo feminino definido, que não se repete por questão de estilo:

Li da página 1 à 10. [da página 1 à página 10]

Caminhou da rua Augusta à 7 de Setembro. [da rua Augusta à rua 7]


2) quando houver explicitamente junto ao numeral um substantivo feminino determinado (do qual o numeral é apenas um dos determinativos):

Dirigiu-se às duas crianças abandonadas.

Servem café da manhã grátis às dez primeiras pessoas que aparecem no hotel.

Chegou-se, dessa forma, às 12 propostas descritas no memorial.



Como se vê, a crase aí está relacionada não ao numeral mas ao substantivo determinado: as crianças abandonadas, as primeiras pessoas que aparecem, as propostas descritas. Mudando-se esse substantivo para um equivalente masculino, temos aos em vez de às:

Dirigiu-se aos dois meninos abandonados.

Servem café da manhã grátis aos dez primeiros indivíduos que aparecem.

Chegou-se, dessa forma, aos 12 projetos descritos no memorial.


* Maria Tereza de Queiroz Piacentini Diretora do Instituto Euclides da Cunha e autora dos livros 'Só Vírgula', 'Só Palavras Compostas' e 'Língua Brasil – Crase, pronomes & curiosidades' -
www.linguabrasil.com.br

MEC investe R$70 milhões em dicionários da nova ortografia

Ensino
Quarta-feira, 18/02/2009

1 milhão de salas de aula e 37 milhões de alunos serão atendidos. Compra foi adiada para que dicionários sejam adaptados
05/10/2008 09:09 G1/Globo.com


O Ministério da Educação (MEC) estima investir de R$ 70 milhões a R$ 90 milhões na compra de dicionários adaptados às novas regras da ortografia. A compra será feita em 2009 a partir de edital lançado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).


De acordo com o diretor de ações educacionais do FNDE, Rafael Torino, o valor ainda não está fechado, porque o edital para a compra do material só sai em 2009. “Nós temos uma estimativa de atendimento para todas as salas de aula do ensino fundamental e médio. Ao todo são 1 milhão de salas com um universo de 37 milhões de alunos da rede pública”, afirma. Segundo Torino, a compra deverá ser realizada depois que a Academia Brasileira de Letras (ABL) publique o novo vocabulário. Atualmente, mesmo com a adesão às novas regras, ficam dúvidas sobre a escrita de diversas palavras. Torino afirma que só será possível adquirir o material quando essas dúvidas forem solucionadas.


Depois que for lançado o edital, uma equipe de especialistas vai analisar as obras à disposição. Depois, kits compostos por vários títulos serão adquiridos pelo FNDE e enviados às escolas.

Compras adiadas
A aquisição de dicionários, que podia ocorrer neste ano, foi adiada para 2009, devido à reforma ortográfica. E ela está suspensa até a divulgação das definições da ABL sobre os pontos controversos do acordo ortográfico. “Dicionário não é uma material que compramos todos os anos. Não há política regular. A compra se faz quando é necessário e a última aquisição aconteceu em 2006”, explica Torino.


Há três tipos diferentes de dicionários: um para crianças em fase de alfabetização, outro para crianças até dez anos e um terceiro, dessa etapa em diante. “Vamos exigir a nova ortografia, porque o dicionário serve para tirar as dúvidas dos estudantes”, diz.


Os livros didáticos, por sua vez, terão de ser adaptados a partir de 2010. Já os materiais de biblioteca não sofrerão a mesma exigência. “Os materiais de bibliotecas são permanentes. Ninguém vai ficar queimando livros por eles não estarem com a nova ortografia”, aponta.


Calendário das mudanças
As mudanças na escrita começam a valer a partir de 1º de janeiro de 2009. A reforma da ortografia pretende unificar o registro escrito nos oito países que falam português - Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor Leste, Brasil e Portugal.


De 2009 até 31 de dezembro de 2012, ou seja, durante quatro anos, o país terá um período de transição, no qual ficam valendo tanto a ortografia atual quanto as novas regras. Assim, concursos e vestibulares deverão aceitar as duas formas de escrita – a atual e a nova.


Nos livros escolares, a incorporação das mudanças será obrigatória a partir de 2010. Em 2009, podem circular livros tanto na atual quanto na nova ortografia.

O que muda na escrita
De acordo com especialistas, 0,45% das palavras brasileiras sofrerão alterações, ao passo que em Portugal haverá mudanças em 1,6% dos vocábulos. As regras que mudam são as seguintes:

Novas letras – há a incorporação do "k", do "w" e do "y" ao alfabeto. O número de letras passa de 23 para 26.

Trema – deixa de existir. A grafia passa a ser: linguiça e frequente.


Acentos diferenciais – serão suprimidos acentos como o de “pára”, do verbo parar.


Acentos agudos de ditongos – somem os acentos de palavras como “idéia”, que vira “ideia”.


Acento circunflexo – somem os acentos de “vôo” ou de “crêem”.


Hífen – palavras começadas por “r” ou “s” não levarão mais hífen, como em anti-semita (ficará “antissemita”) ou em contra-regra (ficará contrarregra).

Pontos em aberto
O acordo não define todos os usos de hífens, por exemplo. Assim, palavras como pé-de-cabra ou vai-e-vem, ainda não têm o rumo certo e dependem da elaboração de um vocabulário pela Academia Brasileira de Letras e pelos órgãos dos outros sete países signatários.


História do acordo
O acordo ortográfico da língua portuguesa foi assinado em Lisboa em 1990 e deveria ter entrado em vigor em 1994, o que não se concretizou. Em 1998, foi assinado em Cabo Verde um protocolo que modificava a data de vigência, que foi ratificado em 2002.
Sem que as mudanças se aplicassem, em 2004 foi assinado um novo protocolo modificativo, que previa a adesão do Timor Leste, independente desde 2002. Este novo protocolo previa que as mudanças na ortografia entrariam em vigor a partir da assinatura de três países.
O acordo ortográfico já foi ratificado por Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Portugal, e, portanto, pode entrar em vigor. O processo de implementação em cada país pode variar.Em Portugal, o acordo foi aprovado em maio e a nova ortografia deverá ser obrigatória dentro de seis anos.Fechar
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segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Livro: Por que (não) ensinar gramática na escola

Texto de apoio (retirado do livro de Possenti):. NÃO EXISTEM LÍNGUAS UNIFORMES.

Comentário sobre o texto


Por Geórgia Kelly


Tenhamos como base o universo. Ele só existe devido à existência de diversos planetas; que para existirem dependeram da existência de um conjunto de suas diferenças. Com a língua não haveria de ser de outra forma. E, no entanto, seria nostálgica se não houvesse suas distinções.
E pensarmos nas variações que consistem a língua não se trata apenas de análise de erros gramaticais e vocabulários. A variedade lingüística não existe somente para contrariar a versão original, digamos assim. Ao contrário disso, ela se dá na simples necessidade da comunicação. Que por sua vez respeita seu espaço e suas diversas categorias como idade, classe social e até mesmo sexo.
Neste texto retirado do livro Por que (não) ensinar a gramática na escola , Possenti, deixa resumidamente explicado que o fato haver variedade linguística não são casuais, fogem das extremidades de cuidados. Segundo Possenti esses fenômenos acontecem devidos certos fatores externos e internos e estes por origem são incontroláveis.
Para a existência de uma língua uniforme, seria necessário começar tudo de novo. E como ele mesmo diz em neste texto, tratar de variedades “é uma das melhores coisas que a humanidade inventou”.
“A variedade linguística é o reflexo da variedade social”.
REFERÊNCIAS
POSSENTI. Sírio. Não Existem Línguas Uniformes. In: Por que (não) ensinar gramática na escola. Campinas : Mercado das Letras, 1996. p. 33 – 37.

DISSERTAÇÃO - Conselhos úteis


Por Geórgia Kelly


  • Conselho 1:

Numa situação dissertativa, em relação às ideias do texto, a frase que se deve ter em mente é Nada é proibido, nada é obrigatório; tudo depende do bom senso. Portanto é necessário usar a iteligência, no momento de escrever uma redação.



  • Conselho 2:

Evite repetições de sons, de palavras e ideias. Palavras terminadas em ção, são, ssão, dade, mente, provocam eco no texto. A repetição de palavras denota vocabulário escasso. A repetição de ideias demonstra falta de argumentos, de conteúdo teórico. Em vez de substituir repetições por sinônimos, reestruture o período, pois a ideia continuará sendo repetida. Reestruturar o período significa reescrevê-lo, dando outra formação sintática. Por exemplo, em vez de escrever O homem está destruindo a natureza, sem pensar no seu próprio futuro, reestruture para Destrói-se a natureza sem se importar com o futuro



  • Conselho 3:

Evite o exagero de conectivos (conjunções e pronomes relativos). Por dois motivos: para evitar as repetições e para não elaborar períodos longos.



  • Conselho 4:

Não generalize; seja específico.
Utilize argumentos concretos, fatos importantes. Uma redação cheia de generalizações demonstra a falta de embasamento de seu autor; a falta de conhecimentos gerais, a falta de contato com a realidade atual.


Para evitar esses problemas, ler é a solução (jornais, revistas, livros...). Alimente sua inteligência!




  • Conselho 5:

Não faça afirmações incoerentes. Como do tipo: Os jovens estão totalmente sem informações hoje...; Ninguém gosta de ler...; Não há escritores bons hoje em dia....


A incoerência também demonstra falta de conhecimento.



  • Conselho 6:

Não faça afirmações levianas. Como do tipo: Todo político é corrupto.



  • Conselho 7:

Não afirme o que não pode ser provado.



  • Conselho 8:

Procure não escrever períodos nem muito curtos, nem muito longos.
Evite mais de dois períodos por linha, ou seja, não coloque mais do que dois pontos finais em uma mesma linha. Evite mais de duas linhas sem sequer um ponto final.



  • Conselho 9:

Não faça parágrafos nem muito curtos, nem muito longos.
O ideal é que os parágrafos tenham no mínimo, 4 linhas e no máximo, 7 linhas.



  • Conselho 10:

Observe a pontuação. Nunca coloque vírgula entre o sujeito e o verbo, nem entre o verbo e o seu complemento.



  • Conselho 11:

Não use expressões populares ou cristalizadas pela população.
O texto dissertativo é um traballho técnico, portanto não se admitem expressões populares. Expressões cristalizadas são frases comuns a qualquer cidadão, e não embasamentos fundamentados.



  • Conselho 12:

Não use expressões vulgares.



  • Conselho 13:

Não use linguagem figurada. Todas as palavras da dissertação devem ser usadas em seu sentido exato.



  • Conselho 14:

Quanto ao título, construa-o por meio de uma expressão curta. E só coloque ponto final, caso use verbo.



  • Conselho 15:

Cuidado com o uso de conjunções: mas, porém, contudo, são conjunções adversativas, que indicam fatores contrários. Portanto, logo, são conjunções conclusivas; pois é uma conjunção explicativa, e não causal. Faça uso dessas conjunções de forma correta. O importante num texto é deixa-lo claro!



  • Conselho 16:

Os parágrafos não devem estar soltos.
A ausência de elementos coesivos (elementos textuais que dão sentido no contar dos fatos) entre as orações, períodos e parágrafos é um problema grave. Isso ocasiona má interpretação e desgaste de leitura.




  • Conselho 17:

Num texto dissertativo, não se usa a palavra EU, nem VOCÊ e nem mesmo NÓS. Este é um tipo de texto impessoal.



  • Conselho 18:

Evite palavras estrangeiras e gírias.
Em dias atuais, sabemos que é inevitável a utilização de expressões que utilizem palavras estrangeiras
ou mesmo, algumas "gírias, ou melhor dizendo expressões populares comuns em jovens; mas se tratando de um texto técnico, não é de bom tom fazer uso desse tipo de vocabulário. Opte pela linguagem padrão.




  • Conselho 19:

Atente para não cair em contradição.
É muito importante prestar atenção em tudo que for exposto durante a produção do texto, para não dizer o contrário mais à frente.



  • Conselho 20 e último:

Lembre-se de que para a produção de um texto existem palavras muito importantes:



ORIGINALIDADE e CRIATIVIDADE - Não trabalhe com exemplos muito simples ou comuns; seja criativo. Use sua inteligência!

HOMEM e SOCIEDADE - Tudo que for colocado em seu texto deve ser útil à sociedade de um modo geral, e não apenas para você ou para um pequeno grupo de pessoas




Referências



TUFANO, Douglas. Estudos de Redação. Editora:Editora Moderna, SP. 3ª ed.1992.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Acordo ortográfico


Tem muita gente que ainda está meio atormentada pelo bicho do Acordo Ortográfico.


Acalmem-se, esse daí só late, mas não morde. Vamos às mudanças:


Texto: O que muda com o acordo ortográfico? (Fonte: professor Sérgio Nogueira http://www.g1.globo.com/)



Texto adaptado por Geórgia Kelly



ALFABETO

Quantidade de letras do alfabeto - ganha três letras. Antes eram 23 letras, agora são 26 letras: entram k, w e y.



  • TREMA

O trema - desaparece em todas as palavras. Antes as palavras freqüente, lingüiça, agüentar, o trema foi retirado de todas as palavras que o usam, exceto palavras cujas são nomes próprios como Müller.



  • ACENTUAÇÃO

1. Some o acento no i e no u fortes depois de ditongos (duas vogais juntas), em palavras paroxítonas


Exemplos:


Antes: Baiúca, bocaiúva, feiúra
Agora: Baiuca, bocaiuva, feiura


* Se o i e o u estiverem na última sílaba, o acento continua como em: tuiuiú ou Piauí.

2. Some o acento agudo no u forte nos grupos gue, gui, que, qui, de verbos como averiguar, apaziguar, arguir, redarguir, enxaguar.

Antes: Averigúe, apazigúe, ele argúi, enxagúe você
Depois: Averigue, apazigue, ele argui, enxague você

3. Some o acento diferencial em palavras do tipo Pára, péla, pêlo, pólo, pêra, côa.

* Não some o acento diferencial em pôr (verbo) / por (preposição) e pôde (pretérito) / pode (presente). Fôrma, para diferenciar de forma, pode receber o acento circunflexo.

4. Some o acento dos ditongos abertos éi e ói das palavras paroxítonas (as que têm a penúltima sílaba mais forte).

Antes: Européia, idéia, heróico, apóio, bóia, asteróide, Coréia, estréia, jóia, platéia, paranóia, jibóia, assembléia.
Depois : Europeia, ideia, heroico, apoio, boia, asteroide, Coreia, estreia, joia, plateia, paranoia, jiboia, assembleia.

* Herói, papéis, troféu mantêm o acento (porque têm a última sílaba mais forte).

Outra vez acentuação: some o acento circunflexo das palavras terminadas em êem e ôo (ou ôos) Antes : Crêem, dêem, lêem, vêem, prevêem, vôo, enjôos
Depois: Creem, deem, leem, veem, preveem, voo, enjoos



  • HÍFEN
    Veja como ficam as principais regras do hífen com prefixos:

Prefixos
Agro, ante, anti, arqui, auto, contra, extra, infra, intra, macro, mega, micro, maxi, mini, semi, sobre, supra, tele, ultra...

Quando a palavra seguinte começa com h ou com vogal igual à última do prefixo: auto-hipnose, auto-observação, anti-herói, anti-imperalista, micro-ondas, mini-hotel.

Em todos os demais casos:
autorretrato, autossustentável, autoanálise, autocontrole, antirracista, antissocial,antivírus, minidicionário, minissaia, minirreforma, ultrassom, Hiper, inter, super.

Quando a palavra seguinte começa com h ou com r:
super-homem, inter-regional

Em todos os demais casos: hiperinflação, supersônico

No caso do sub, quando a palavra seguinte começa com b, h ou r: sub-base, sub-reino, sub-humano.

Em todos os demais casos: subsecretário, subeditor,

No caso do vice, sempre: vice-rei, vice-presidente.

Em todos os demais casos: pansexual, circuncisão, Pan, circum.

Usa-se hífen, quando a palavra seguinte começa com h, m, n ou vogais: pan-americano, circum-hospitalar